16º Karmapa

SH-16-Karmapa-Rangjung-Rigpe-Dorje-Presse-2

Sua Santidade o XVI Karmapa

Rangjung Rigpe Dorje (1924-1981)

Sua Santidade o Décimo Sexto Gyalwa Karmapa, Rangjung Rigpe Dorje, deu continuidade ao sagrado tesouro do Vajradhara, fundando o Centro de Rumtek Dharma Chakra, no Sikkim, como base principal durante seu exílio do Tibete. Enquanto Chefe Supremo da Ordem Kagyu de Budismo Tibetano, o Karmapa incorpora, representa, e guia a energia espiritual acumulada desta escola. ‘Karma’ significa ‘atividade’ e o Gyalwa Karmapa representa a atividade de todos os Budas das dez direções.

A linhagem Karma Kagyu começou com o primeiro Karmapa, Dusum Khyenpa (1110-?), no séc. XII. Profetizado pelo próprio Buda Shakyamuni no Samadhirajasutra, as realizações de Dusum Khyenpa eram tamanhas que ele foi declarado ser aquele “Três Vezes Sábio”. Ele, então, em 1185, estabeleceu o monastério de Tsurphu no Tibet central como a casa de todos os Gyalwa Karmapas. Por conseguinte, cada encarnação de Karmapa possui a habilidade original de predizer as circunstâncias detalhadas de seu próximo renascimento, reveladas por ele geralmente através de uma carta, a ser aberta após sua morte. Dusum Khyenpa foi o primeiro Karmapa a predizer a época e o lugar de seu renascimento e sua reencarnação, Karma Pakshi (1204-?), foi o primeiro Tulku (Lama reencarnado) oficialmente reconhecido no Tibet.

A profunda sabedoria da linhagem Kagyu foi então passada adiante, de encarnação a encarnação e, como seus predecessores, o Décimo Sexto Gyalwa Karmapa foi, antes de tudo, uma personalidade espiritual que propagou os ensinamentos do Buda em favor da humanidade e da paz do mundo. Nascido no ano de 1924, em uma pobre família do Tibet oriental, foi reconhecido como a encarnação de Karmapa, conforme a carta de predição escrita pelo Karmapa precedente, tendo sido entronizado aos oito anos de idade. O reconhecimento do Décimo Sexto Karmapa foi confirmado oficialmente por Sua Santidade o Décimo Terceiro Dalai Lama.

Quando os comunistas chineses começaram a ocupar Tibet durante a década de 1950, o Karmapa percebeu que para preservar o legado espiritual do Karma Kagyu teria que sair do país. Durante a revolta de 1959, ele saiu do monastério de Tsurphu com um grupo composto com cerca de 150 tulkus, lamas, monges e de outros seguidores ordenados. Carregando tesouros, relíquias e os textos espirituais que tinham sido produzidos em Tsurphu ao longo de 700 anos de tradição, eles percorreram o longo e difícil percurso à Índia, através de Butão. Ao alcançar os limites da cidade indiana de Buxa Duar, o Karmapa recebeu um convite de Sua Majestade Chogyal Tashi Namgyal, Rei do Sikkim, para estabelecer sua moradia e base naquele novo nesse país. O Karmapa, aceitando o convite real, de continuidade ao longo relacionamento religioso e espiritual entre os Gyalwa Karmapas e o reino de Sikkim.

Alguns séculos anteriormente, o Quarto Rei do Sikkim havia pedido ao Nono Karmapa, Wangchuk Dorje (1556-?), para construir monastérios em seu reino, pois o Sikkim, por ser considerado um lugar excepcionalmente santo pelos budistas tibetanos, agora poderia ser a sede de muitos monastérios da Escola Karma Kagyu. Três destes antigos monastérios da Escola de Kagyu – Ralang, Phodang, e Rumtek – foram assim fundados sob os auspícios de Wangchuk Dorje, o Nono Karmapa. E foi no antigo Monastério de Rumtek, então em ruínas, o lugar onde o Décimo Sexto Karmapa permaneceu antes de estabelecer o Centro de Rumtek Dharma Chakra.

O trabalho de reconstrução do novo complexo monástico começou em 1961 e foi terminado em 1966. O Karmapa trabalhou incansavelmente de suas matrizes internacionais no centro de Rumtek Dharma Chakra para disseminar o Dharma, empreendendo duas excursões pelo mundo durante a década de 1970, com a finalidade de espalhar os ensinamentos da Escola Karma Kagyu.

Sua Santidade o Décimo Sexto Gyalwa Karmapa, Rangjung Rigpe Dorje, passou paro o parinirvana em 1981, deixando uma carta de predição, encontrada por um de seus Regentes, o Eminente Décimo Segundo Situ Rinpoche. O Décimo Sétimo Gyalwa Karmapa, Ogyen Trinley Dorje, foi encontrado no Tibet, exatamente de acordo com a carta e seu reconhecimento foi confirmado por Sua Santidade o Décimo Quarto Dalai Lama, líder temporal e espiritual do Tibete. O Karmapa foi entronizado no monastério de Tsurphu em 27 de setembro de 1992, quando então começou seus estudos e treinamento formal. Para a celebração do novo Karmapa, seus devotos viajaram do Tibete e de todo o mundo para Tsurphu, para receber suas bênçãos.

Em dezembro de 1999, o Décimo Sétimo Karmapa Ogyen Trinley Dorje fez uma audaciosa escapada de Tsurphu para Dharamsala, na Índia, chamando a atenção de todo o mundo para a questão do Tibet. Já em Dharamsala, ele foi calorosamente recebido por Sua Santidade o Décimo Quarto Dalai Lama, com quem estabeleceu, a partir daí, um forte relacionamento espiritual.

Hoje o Karmapa mora em sua residência provisória na universidade de Gyuto Ramoche Tantric perto de Dharamsala, recebendo ensinamentos e transmissões dos Eminentes Mestres da Tradição Karma Kagyu, enquanto o governo indiano considera seu pedido de exílio. Hoje seus seguidores ao redor do mundo constantemente viajam à Índia, para receber suas bênçãos.

Um dos Regentes de Sua Santidade, o Eminente Décimo Segundo Goshir Gyaltsab Rinpoche, supervisiona as atividades no centro de Rumtek Dharma Chakra até que Sua Santidade Karmapa Ogyen Trinley Dorje retorne.